No Brasil, o câncer de mama é o que mais incide entre as mulheres.
No Brasil, em 2020, 13% dos casos de câncer de mama poderiam ser evitados pela redução de hábitos relacionados ao estilo de vida. Entre eles, alimentação inadequada, excesso de peso, falta de atividade física, consumo de bebida alcoólica e ausência de aleitamento materno.
É o que mostra um estudo divulgado hoje pelo Inca, o Instituto Nacional do Câncer, órgão ligado ao Ministério da Saúde. A pesquisa revela ainda que 102 milhões de reais dos gastos pelo Sistema Único de Saúde em 2018 com tratamento de câncer poderiam ser poupados, se investidos na redução desses fatores de riscos. É o que alertou Maria Eduarda Melo, nutricionista e uma das coordenadoras da pesquisa.
No Brasil, o câncer de mama é o que mais incide entre as mulheres. De acordo com dados do Inca, só em 2021 devem ser registrados 66 mil novos casos.
O Inca também mostra que hoje o principal fator de risco é a idade. quatro em cada cinco novos casos ocorrem após os 50 anos.
No país, a maioria dos casos estão nas regiões Sul e Sudeste.
Outro dado que chama atenção é que o intervalo entre o diagnóstico da doença até o início do tratamento chega a passar de 60 dias.
Segundo Marceli de Oliveira Santos – que também coordenou a pesquisa do INCA, a situação é preocupante.
O médico Arn Migowski – chefe da Divisão de Detecção Precoce do INCA, apresentou dados sobre o diagnóstico precoce e o rastreamento da doença no Brasil. De acordo com raio x apresentado, mulheres com ensino superior completo têm mais acesso ao exame de mamografia – 84% delas conseguem realizar o exame que detecta a doença. Já entre as mulheres sem instrução, somente 58% tem acesso.
Outro dado mostra que 62 % das Mulheres brancas fizeram mamografia nos últimos dois anos, enquanto em relação a mulheres pardas o índice é de 54% e pretas 56%.
Mas a desigualdade econômica é mais evidente em relação a situação socioeconômica das mulheres.84% das mulheres com renda acima de 5 salários mínimos fizeram a mamografia nos últimos 2 anos.
Esse percentual não chega a 43%, quando se trata de mulheres que não tem renda ou ganham menos que ¼ do salário mínimo.