Policial morto em SE foi vítima de vingança planejada por 20 anos

Após dois anos de intensas investigações, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) divulgou, na última quarta-feira, 27, o resultado das investigações acerca do crime que vitimou um policial civil aposentado de 73 anos. O corpo da vítima foi encontrado às margens da Rodovia João Bebe Água, em São Cristóvão, no dia 22 de janeiro de 2021. A vítima foi morta com disparos de arma de fogo. A investigação contou com o apoio da Divisão de Inteligência (Dipol).

De acordo com a delegada Juliana Alcoforado, diretora do DHPP, a vítima saiu de sua casa no Bairro 18 do Forte na tarde do dia anterior para se encontrar com um suposto novo amigo em um bar onde se conheceram, mas não mais retornou. O policial civil aposentado, conforme apuração policial, não tinha inimigos ou dívidas e sua morte não deixou testemunhas.

“Nós finalmente concluímos o processo investigativo e chegamos à autoria do crime. Constatamos que o policial foi assassinado em 2021. Foi uma vingança realizada por conta de um crime em que o policial civil se envolveu em 1999, quando ele matou a tiros um rapaz que estava brigando com seu filho em uma festa de carnaval”, detalhou.

Conforme a delegada, mesmo ele já tendo cumprido pena e já sendo idoso, a vingança foi executada. “Ele foi assassinado friamente por uma pessoa que se fez passar por seu amigo íntimo, que ligou para casa dele várias vezes com telefones de terceiros e carros de terceiros. Uma vingança premeditada por mais de duas décadas. O crime foi bem planejado, o autor não fez uso de absolutamente nada que pudesse ligá-lo ao crime”, revelou.

De acordo com o DHPP, identificou-se que a vítima foi condenada e cumpriu pena de cinco anos por ter matado a tiros o irmão do suspeito, há mais de duas décadas atrás, ao apartar uma briga ocorrida entre esse e seu filho numa festa de carnaval em Laranjeiras, no ano 1999. Um amigo da vítima o acompanhou durante a confusão e o ajudou a fugir do local da festa levando seu filho ainda desacordado após o espancamento. Mesmo após a vítima ter cumprido pena e passados tantos anos, a vingança contra ele foi planejada e executada.

Após o crime, o veículo de terceiro utilizado na morte do policial civil aposentado foi escondido. A equipe do DHPP, entre mais de 2 mil veículos, fez a triagem do que foi o responsável pelo transporte da vítima até o matagal em São Cristóvão, convergindo com imagens que mostram o condutor do veículo nas imediações da casa do policial civil aposentado.

O automóvel, entretanto, permaneceu escondido sob lonas na garagem de um conjunto residencial na zona sul da capital, até ser descoberto no final de 2022, quando se fez a relação direta entre o veículo e o investigado pelo crime.

Fonte: SSP/SE

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