Obesidade infantil cresce durante a pandemia da Covid-19.

Com a quarentena, alguns problemas, como o risco de obesidade infantil se acentuaram. As mudanças bruscas na rotina afetaram a saúde dos pequenos e podem causar consequências de longo prazo no desenvolvimento deles. Apesar de ainda não haver grandes estudos sobre o tema, é consenso entre os especialistas que a quarentena, apesar de necessária para conter a Covid-19, pode elevar o risco de sobrepeso nas crianças.

A professora do curso de Nutrição da Uninassau – Centro Universitário Maurício de Nassau Aracaju, Elisabete Silva Filho, explica que houve um aumento expressivo do consumo de bebidas açucaradas e alimentos processados, como biscoitos, salgadinhos e outros. “Sobrecarregados com os filhos em casa e os problemas do dia a dia, os pais acabam optando por pratos práticos, deixando de cozinhar. Eles passam a oferecer congelados, fast-foods e petiscos que são ricos em sódio, açúcar e gordura”, observa.

A nutricionista lembra que as idas ao supermercado ficaram mais escassas, e itens frescos e naturais, como frutas, legumes e verduras, tendem a acabar mais cedo, “incentivando a criança a optar por alimentos industrializados. O ganho de peso infantil pode não ser tão facilmente revertido depois e contribuir com o risco de obesidade na vida adulta”, adverte a professora. Ela alerta que, com o consumo acelerado desses alimentos, a criança pode desenvolver, no futuro, doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e males cardiovasculares.

Elizabete explica também que os fatores emocionais e comportamentais podem favorecer ganho de peso. Ela ressalta o confinamento como facilitador do surgimento de estresse, tédio, medo e ansiedade nas pessoas por causa da sensação de perda de liberdade. “Os passeios excluídos e as brincadeiras com outras crianças sendo limitadas pode causar depressão, que pode aumentar a vontade de comer dos pequenos. Os pais, muitas vezes, oferecem doces e alimentos gordurosos como forma de compensação para eles”, atenta a nutricionista

“A criança, assim como os adultos, pode usar a comida como válvula de escape para preencher o vazio deixado pela escola, pelo convívio com os amigos e a família. Por fim, o sedentarismo reduz o metabolismo e o gasto energético, o que contribui para o ganho de peso”, conclui a professora.

 

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