Moraes mantém prisão de acusados de assassinar Marielle

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decidiu, nesta quarta-feira (3), manter a prisão dos irmãos Brazão e do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa. Os três estão presos desde março, suspeitos de envolvimento na execução da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista dela, Anderson Gomes.

Moraes negou pedido dos advogados de defesa. Antes, solicitou parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontou a necessidade de manter o regime fechado. As justificativas são: garantir a ordem pública e evitar que os acusados influenciem testemunhas do processo criminal.  

O ministro é relator do inquérito da Polícia Federal segundo o qual são mandantes do crime o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão e o irmão dele, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ).Conforme conclusão da PF, Barbosa entrou no planejamento do assassinato com a função de usar a influência do alto cargo que ocupava na Polícia Civil para assegurar a impunidade dos envolvidos. Além disso, ele teria sido uma espécie de “consultor”, dando dicas sobre como os executores deveriam cumprir a missão de matar a vereadora.

Nesta terça-feira (2), as defesas dos réus passaram para o STF os nomes de cerca de 70 testemunhas. Entre as indicadas estão as promotoras do Ministério Público do Rio Simone Sibílio e Leticia Emile, responsáveis pela investigação inicial do caso Marielle, além do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e os deputados federais Reimont (PT-RJ), Otoni de Paula (MDB-RJ) e Washington Quaquá (PT-RJ). O ex-deputado Eduardo Cunha também foi arrolado como testemunha de defesa.

No mês passado, o STF aceitou a denúncia da PGR e tornou réus Barbosa, os irmãos Brazão, e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira, também preso. Ronald é apontado como ex-chefe de uma milícia da zona oeste do Rio de Janeiro. Na ação criminal referente à morte de Marielle, ele é acusado pela PGR de ter monitorado a vereadora e passado informações da rotina dela ao restante do grupo. A partir dessas informações, os executores teriam definido o local e a data do crime.

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