Solidez defensiva, mágica do vestiário e números fora: a análise da 13ª vitória do líder Atlético-MG

Galo começa o 2º turno com pé direito, ampliando a longa sequência de invencibilidade e embalado por fatores que podem ser fundamentais para o título do Brasileirão

 

O Atlético-MG não perde há 12 partidas e abriu uma vantagem de sete pontos na liderança do Brasileirão graças, principalmente, a três fatores: a solidez defensiva, o desempenho anormal como visitante e o potencial de Alex Stival no intervalo. Todos itens fundamentais para a vitória maiúscula sobre o Fortaleza neste domingo, por 2 a 0.

Os números da sequência de 12 partidas de invencibilidade, sob essas três óticas, impressionam. O Galo venceu 5 de 7 jogos fora de casa. A defesa sofreu apenas seis gols, e não foi vazada seis vezes. E em um recorte específico das etapas finais, fez 18 gols, e sofreu apenas 1.

Mágica do vestiário
O torcedor sabe que não foi só nesse domingo. Das 13 vitórias do Galo no Brasileirão, 8 foram conquistadas graças à melhora de desempenho após o papo do intervalo.

Mas afinal, o que se pode mudar em 15 minutos de conversa no vestiário, entre um tempo e outro, numa partida de futebol?

"Não é motivar, a gente lê o jogo. Analisa o que deu certo, o que não deu. Onde tem que ajustar alguma coisa defensivamente, onde pode explorar ofensivamente" (Cuca).
Contra o Fortaleza, a mudança de postura de um tempo para o outro foi determinante. Não que o Galo tenha jogado mal na primeira etapa, como Cuca fez questão de ressaltar na entrevista coletiva. Mas foi depois do intervalo que a equipe voltou fazendo o que sabe fazer de melhor, e foi fatal.

Diferentemente de seu antecessor no cargo, o Atlético de Alex Stival não é um time que costuma construir boas chances a partir de uma troca de passes longa no campo ofensivo. Em vez disso, é vertical, veloz, fatal.

O primeiro gol, logo aos 3 minutos do segundo tempo, é um ótimo exemplo dessa característica. Da cobrança da falta por Nathan Silva no campo de defesa até a bola na rede, se passaram 15 segundos.


O zagueiro entregou para Mariano, que encontrou Nacho bem posicionado entre as linhas do Fortaleza. O meia serviu Hulk, que partiu para cima de dois defensores e encontrou Vargas sozinho no meio da área. O chileno errou o domínio e perdeu a chance da finalização, mas, solidário, serviu Zaracho para o gol.

"Esse é o tipo de jogo em que quem sai na frente tem enorme chance de vencer. Saímos na frente e aí tomamos conta do jogo." (Cuca)
Solidez defensiva
À frente do placar, entra em voga a solidez da melhor defesa do Brasileirão. Nos últimos 12 jogos, o Atlético saiu em vantagem sete vezes. Venceu todas. E contra o Fortaleza, a atuação do sistema defensivo foi, mais uma vez, gigantesca.

Não é à toa que, em 14 jogos com a camisa alvinegra, Nathan Silva não tenha saído de campo derrotado uma única vez. Requisitado junto ao Atlético-GO no meio do ano, o zagueiro de 24 anos vai se mostrando uma das grandes revelações do time na temporada. Seguro nas bolas aéreas, inteligente nos desarmes, veloz nas disputas com os atacantes.

Mas contra o Fortaleza, o troféu de melhor em campo só não foi para ele porque Junior Alonso foi ainda melhor. O xerife paraguaio entrou em campo pelas Eliminatórias na noite de quinta-feira, fez apenas um treino em Belo Horizonte (sábado) e foi incansável neste domingo. Gigante.

Além da aula defensiva, Alonso foi para o ataque fazer o gol que determinou a 13ª vitória do Atlético no Brasileirão. Movimentação e fundamento de manual na cabeçada certeira após o escanteio de Nacho. Galo 2 a 0, mais líder do que nunca.

Melhor visitante
Com uma campanha de sete vitórias, dois empates e apenas duas derrotas nos 11 jogos longe de Belo Horizonte, o Atlético é o melhor time fora de casa do Campeonato Brasileiro. Um fator que deve animar (e muito) o torcedor. Desde 2003, no início da era dos pontos corridos, o melhor visitante não ficou com a taça apenas 4 vezes.

O Galo começa o segundo turno com o pé direito, para mostrar que pode fazer diferente de 2012 e seguir firme na busca pelo tão sonhado troféu até o fim da competição. E se há nove anos o desempenho longe de BH foi determinante para a perda do título, desta vez é justamente este fator que pode fazer a história ser diferente.

O caminho ainda é longo, a estrada é conturbada e, atrás vem gente sedenta (Flamengo). Mas o Galo segue firme, e com maturidade, à frente do pelotão.

Solidez defensiva, desempenho fora de casa e a mágica do intervalo: se esses fatores seguirem decisivos até dezembro, o atleticano tem tudo para finalmente jogar para fora um berro entalado há meio século na garganta.

 

Ge esportes. 

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